quinta-feira, 28 de junho de 2007

Bela Agonia

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terça-feira, 26 de junho de 2007

Sexo é o Nexo do Eixo



Sexo é o nexo do eixo

Eixo é o anexo do sexo

Nexo é o sexo do eixo

Anexo é o eixo do nexo



(Robson Anderson)

Foto: Nuno Belo

Vulgívaga


Vulgívaga


Não posso crer que se conceba

Do amor senão o gozo físico!

O meu amante morreu bêbado,

E meu marido morreu tísico!


Não sei entre que astutos dedos

Deixei a rosa da inocência.

Antes da minha pubescência

Sabia todos os segredos.

Fui de um... Fui de outro... Este era médico...

Um, poeta... Outro, nem sei mais!

Tive em meu leito enciclopédico

Todas as artes liberais.


Aos velhos dou o meu engulho.

Aos férvidos, o que os esfrie.

A artistas, a coquetterie.

Que inspira... E aos tímidos - o orgulho.


Estes, caçôo e depeno-os:

A canga fez-se para o boi...

Meu claro ventre nunca foi

De sonhadores e de ingênuos!

E todavia se o primeiro

Que encontro, fere a lira,

Amanso. Tudo se me tira.

Dou tudo. E mesmo... dou dinheiro...


Se bate, então como o estremeço!

Oh, a volúpia da pancada!

Dar-me entre lágrimas quebrada

Do seu colérico arremesso...


E o cio atroz se me não leva

A valhacoutos de canalhas,

É porque temo pela treva

O fio fino das navalhas...


Não posso crer que se conceba

Do amor senão o gozo físico!

O meu amante morreu bêbado,

E meu marido morreu tísico!


(Manuel Bandeira)

*Poesia sugerida por Sarita
Foto: José Gama

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Me Abraça/Me Engole



Me Abraça/Me Engole

Me abraça
Com os braços
Que eu vou mais fundo em teu ser.
Me abraça
Com as pernas
Que eu vou mais fundo em você.

Me engole
Com a alma
Engole meu ser
E engole
Tudo que eu tenho
Pra oferecer
E mais todo o amor
Que sinto por você.


(Robson Anderson)

Derretendo os Satélites

Paula Toller - Derretendo os Satélites

Prestem atenção na letra e no clip...


quinta-feira, 21 de junho de 2007

Fada Safada


Ai! Essa fada é safada

Quando afaga, afoga

Maga do tesão

Nem em Deus acredita, Deusa maldita

Tua sina ela dita, tua rendição

Ela é à-toa, tua perdição

Vem, pomba-gira

Pira tua ira

Me vira em tua ação

Amada maga, safada fada

Afoga afaga

Sou teu cão
(Débora Duarte)

Noite II


Noite II

Noite
Jantar
Velas
Rosas
Vinho
E nossos corpos.


(Robson Anderson)

A Língua Lambe



A língua lambe

A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.

E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,

entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.

(Carlos Drummond de Andrade)